Ao Sábado de manhã é a hora que melhor se produz no escritório.
Não há ninguém, sou só eu.
Cheguei com uma vontade férrea e resolvi uma série de questões pendentes, arrumei papelada que tenho vindo a chutar porque é uma coisa que me aborrece sobremaneira. Aliás tudo o que é trabalho de rotina enfastia-me, repudia-me, bloqueio. Há certas coisas que se fazem maquinalmente e são essas precisamente que tenho alguma dificuldade em encaixar, pergunto, explicam, volto a perguntar de outras vezes, repetem e eu não consigo fixar. Ergue-se uma barreira qualquer que me impede de reter este tipo de informação.
Mas hoje consegui dar a volta a isto tudo.
Sinto uma energia como há muito não tinha.
Tenho pena que o Magalhães esteja armado em amuadinho; Ele ía ficar surpreendido com este tipo de actividades que hoje cumpri. Era sempre ele que tratava destas coisinhas chatas... Tenho que confessar que este homem faz-me falta e não só a nível laboral. Até agora parece ser a segunda pessoa na minha vida que não demonstrou medo de mim, que me encara, que me cospe nas ventas o que lhe vai lá dentro.
Onde andará o Magalhães?
Será que se lembra de mim como eu dele?
Será que lhe faço falta?
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