O silêncio do escritório a um Sábado de manhã permite desenvolver sem interrupções. Mas também abre brechas no pensamento, tudo se ouve e embora esteja completamente sózinha o vicio levou-me a fechar a porta do gabinete.
Ninguém vai entrar.
Mas fecho-a porque preciso que tudo o que está aqui, comigo e agora, nada saia, nada transpire que seja de uma gota só, do meu sangue, das minhas iras suadas, das vezes do sexo ocasional fora de horas, das lágrimas que não choro.
Preciso de me sentir livre nestas paredes muradas que já escutaram palavras de teimosia, de negócios, de desafios, as da despedida para sempre, as de uma louca que conseguiu romper as minhas fronteiras e aparecer ao ataque de quem aqui pisou. O meu terreno, a minha toca.
Afogo-me neste silêncio ruidoso.
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