sexta-feira

Falemos de mim.
De como a minha maior especialidade continua a ser correr para bem longe com os que se aproximam de mim e tentam dar-me a mão, entender o que vai cá por dentro, satisfazer de alguma forma o meu estado, agradar-me. Quiçá amar-me.
Talvez eu não tenho sido feita para ser amada.
Talvez eu não tenha sido feita para amar.
Talvez a minha revolta provenha dessa insatisfação permanente de me saber na verdade do amor, que aos outros é busca constante, a mim recusa constante.
Não falo daquele. Aquele. Esse já se foi. Até a raiva... e talvez mais raiva e ódio, e repulsa sinta ao amor por saber que havería de passar, custar a lembrar-me do que me doeu e já não custa.
Falemos de mim, então.
De como sinto que podería ser amada pelo Magalhães, que de tanto me estimar e querer proteger, num ápice o bicho do amor ficaría dócil nas minhas mãos e eu faría dele a minha estimação, de trela, de ordens mandadas.
Gosto demasiado do Magalhães para permitir que eu o faça.
Eu não presto. Não me incomoda. E por isso mesmo não o quero no meu saco de lixo.

1 comentário:

SONY disse...

Esta Edna. Detesto homens de trela.

A Edna está certa.

Sony