terça-feira

- Olá Edna.
- Com que direito é que me estás a ligar?
- Estou a ligar-te para te desejar bom ano... Que tudo te corra como desejas...
- Porque é que me estás a ligar?
- Deixa-te disso. Sabes que te quero bem!
- A sério?! Olha que novidade!
- Baixa as defesas! Não comigo, não o faças comigo!
- Meu caro, faço-o especialmente contigo!
- Olha... Não quero fical mal contigo... Desejo mesmo que sejas feliz...
- O bom samaritano!
- Nada disso! Tu tens tudo para seres uma mulher feliz! Não o és porque não queres, tens medo de ser feliz... essa é que é a verdade.
- Devías montar um consultório. Ganhavas bom dinheiro.
- Isso, continua assim... Eu conheço-te Edna, não me vou zangar. Tens medo! E só me apercebi disso depois que nos separámos...
- E que tu te casaste? É verdade, conta-me lá... então como te dás no sagrado matrimónio?
- Bem, muito bem.
- Jura! E foi por isso que me ligaste?
- Para te desejar um bom ano! Um bom ano!
- Sim, claro... Mas para isso foi preciso lembrares-te de mim! Ou não?
- Eu não te esqueço.
- Coitada da tua amantissima esposa...
- Não tem nada a ver.
- Ah! Estou a ver que não! Que foi? Deu-te saudades?
- Não é isso, vê lá se entendes...
- Claro que entendo! Estás arrependido!
- De forma algum. E custa-me ter de te dizer isto... desta forma e por telefone. Como te disse, liguei para te desejar que sejas feliz no terminar deste ano e no começo do que vem. Tu és especial, mereces ser feliz. Se deixares de ter medo da felicidade. É só isso.
- Ah! Muito obrigado! A minha vida ficaría incompleta sem os teus votos! Pena que eu não te deseje o mesmo...
- Vou fazer de conta que nem ouvi...
- Mas sabes... para a minha felicidade ser completa só falta mesmo uma coisinha de nada...
- Diz.
- Não voltes a incomodar-me.
- Tenho pena que sintas assim...
- E eu tenho pena de ti. Pena que existas.

Sem comentários: